domingo, 29 de maio de 2011

Meu enterro mental

Quase um mês sem postar. Não vou dizer que esqueci porque é mentira, mas confesso que ainda não consigo fazer do blog uma rotina, uma obrigação, nem sei se quero, senão perde a graça, né? Diversas vezes eu pensei em postar, mas como não sei fazer rascunhos, o texto passa assim, rapidinho na cabeça, daí eu fico insegura e acabo não batendo o martelo. Mas ontem, (sexta feira, ainda não dormi então o ontem ainda é hoje, dá licença) lembrei de uma vez, há muitos anos atrás, quando fui numa sessão de terapia e a terapeuta me propôs fazermos um " enterro" mental daquilo tudo que me incomodava, me agoniava naquela época, pra que ficasse bem longe, bem guardado e sumisse dos flashes momentâneos que a gente sempre tem.
Então, voltemos á ontem: percebi o quanto eu me desaponto comigo, com as coisas ou com alguém e como isso é recorrente, e sabem porque ? Porque crio sempre inúmeras expectativas e isso é tão involuntário que desde pequenininha, o planejamento da festa de aniversário foi sempre muito melhor do que a festa em si, por exemplo. Sou absurdamente ansiosa e isso tem que mudar, ou diminuir, por mim, por vocês, por tudo. Quem me conhece sabe que eu sempre respondo assim: "não esperei nem pra nascer, vou saber esperar o quê mais?"- nasci prematura, de 7 meses - isso explica muita coisa, ou então, só dificulta as coisas, vai saber. Mas chega, enterrem comigo, por favor?
Adeus expectativas; adeus choros de raiva; adeus entregas desmedidas; descanse em paz dor de estômago querida; queda de cabelo, encontre a paz; falta de paciência, adeus.
Vocês é que irão me dizer se tudo está funcionando ou não, ok? Eu tento daqui, vocês me ajudam daí.

domingo, 1 de maio de 2011

"Por que ninguém vai dormir nossos sonhos"

Desede que eu nasci e me entendo por gente, eu sei que preciso correr atrás do que eu quero. Sabe aquela ladainha de que não é preciso provar nada pra ninguém? MENTIRA DESLAVADA, eu tenho que provar o tempo todo, pra todo mundo, pra mim, que sou capaz. Os motivos? Um dia eu conto (pros que ainda não sabem). Mas enfim, vamos aos fatos: eu comecei acreditar que os sonhos podiam mesmo virar realidade quando eu fiz 18 anos e pude conhecer a Europa. Daí eu construi outro sonho, porque eu não vivo sem sonho. Esse outro sonho era a USP, beleza consegui, foi lindo. (To contando de maneira simplória só pra não enrolar muito, ta?) mas agora não tem mais graça. E eu preciso de estímulo, muito. Daí que eu decidi que não vou ficar frustrada e vou fazer uma outra graduação: Mãe, quero ser jornalista. E eu vou ser. Não sei ainda como as coisas vão se arranjar, mas a vontade já está consumada. Bom, era isso. Espero que vocês também possam colocar o sonho de vocês em primeiro lugar.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desassossego

Tem dia que é assim. O nó na garganta te acompanha o dia inteiro, as pessoas falam, mas você escuta looooooonge, looooonge. Tudo está em desalinho. Os planos que você fez até o dia anterior não parecem ter mais o menor sentido. A decepção vem certeira, porque tudo que você construiu não te satisfaz mais. As longas 24 horas chegam ao fim e daí o choro que você guardou o dia inteirinho, vem, assim, naturalmente. Agora é dormir e torcer para que amanhã, o hoje não faça mais o menor sentido.

domingo, 24 de abril de 2011

Coragem, coração

O Leonina, nasceu depois de eu pensar mil vezes se minha vontade era mesmo escrever um blog e honestamente ainda não sei, mas vou arriscar. Preciso vomitar toda essa agonia e escrever, guardar os texos no meu computador não tem a menor graça. Não sei até quando, mas por enquanto, coragem coração, me deixa escrever.

sábado, 23 de abril de 2011

Carta aberta a E. N.


353 dias da dor mais absurda que senti, do medo mais absurdo, do dia mais absurdo. Foi assim, você foi embora assim. Um filme de 20 anos passou em 1 único segundo na minha cabeça: 27/07/1990 ás 7:55 da manhã foi que tudo começou entre a gente e você bem sabe que não foi fácil, mas não precisava ter acabado. (Ou precisava, a gente nunca vai saber as razões do Destino).
Quase um ano depois, eu me desarmo e mostro a você e a todo mundo o quanto aquela quinta feira me destruiu. A gente não se via e não se falava há dois anos, quase, e agora que seria nunca mais? E agora que nunca mais ouviria sua voz no meu aniversário? E agora que nunca mais eu poderia tentar de novo com você? E agora que ninguém ia escrever poema ou desenhar pra mim? E agora?
E agora que perdemos a chance, ou talvez tenha sido preciso acontecer assim. O choro, a angústia não são de um ano de falta, mas de 20 anos de falta, eterna falta. E o que eu aprendi com isso? Que o orgulho e o medo NUNCA MAIS podem me impedir de dizer, escrever, e é exatamente por isso, que hoje, eu decidi escrever pra você.
Espero que você esteja em lugar maravilhoso, calmo e sereno, espero de verdade que o sofrimento que a gente viveu tenha acabado por aqui e que você esteja bem. E eu vou tentando daqui, buscando meus sonhos, tentando orgulhar as duas metades do meu DNA. Se cuida e me cuida também, tá?
Sempre sua, filhotinha.